quarta-feira, 10 de novembro de 2010

COMO SE FOSSE ONTEM...

Enquanto a chuva canta lá fora
Recordo-me como se ontem fosse
E a mesma ponte de madeira
Leva-me àquele singular momento

Paisagem e fogo fundiam-se na essência
Sua boca sugava a minha com sede
Como se água nenhuma rolasse sob nossas vidas
Entre as pedras debaixo da ponte

Suas mãos percorriam meu corpo
Como o vento acariciava das árvores as folhas
Testemunhas cúmplices do prazer
Daquele quase perfeito encontro

Sua língua queimava minha pele
Mais que o calor de um quase-verão
E  do seu corpo o perfume impregnava meus sentidos
Como o azul coloria o pedaço de céu que nos cobria

Nos versos de Quintana você se deixava de mim
Para em seguida retornar com a febre
De quem vê naquele dia o último
E se enroscar em meus cabelos como chicletes














(Foto: Brasital, Sílvia Mello)

Nenhum comentário:

Postar um comentário