quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De beijos que fecundam a terra




















alma das fadas
no caminho das águas
desce em cordões de lágrimas
que a tristeza dos céus tece

nuvens declaram um pranto
em beijos que fecundam a terra
e depois do cinza desencanto
acordam botões em cor

cantiga de pingos
que embala o adormecer
sons das entranhas dos céus
que fazem estremecer

e finda a loucura do tempo
tempestade perde a força
ganha espaço a claridade
em nuances de arco-íris.



Imagem em contoserimas

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DEUS É FIEL

terça-feira, 30 de agosto de 2011

DO VÔO NA PALAVRA









A palavra abarca
a pretensa ordem
do poder
desordem

A palavra acata
a imagem-reflexo
do pensamento
imaginação

A palavra expande
a emoção contida
do Universo
criação

A palavra repete
o som mágico
do ar
eco

A palavra decifra
o código-mito
da alma
símbolo

A palavra marca
a identidade
de um povo
idioma

A palavra cala
na forma-lei
a expressão
autoritarismo

A palavra clama
o desejo-gratidão
do ser
oração

A palavra cogita
a verdade carente
do homem
o saber

A palavra omite
a idéia etérea
dos submissos
opressão

A palavra abranda
o sentimento castrado
do coração
poesia.


Imagem em Pensamentos Soltos

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DEUS É FIEL

domingo, 28 de agosto de 2011

É NOITE



 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
É noite
o vento sopra a melodia do silêncio
a calma se faz amante dos sentidos
os olhos sentem o som da alma
o amor voa como presente das estrelas

É noite
vem, de mansinho, que paixão é brincadeira
vem, sem pressa, sela um pacto num beijo
vem, num sussurro, e me conta seu segredo
vem, sem receio, e se entrega na emoção

É noite
um convite ao encontro... me seduz
uma proposta de surpresa... arrisque-se
uma promessa no escuro... convença-me
um sonho na madrugada... solte-se

Que amanhã é só saudade...


Imagem em templo.da.lua

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DEUS É FIEL

domingo, 21 de agosto de 2011

De dias que são oferendas















Há dias que brilham vida
em manhãs de sossego perdidas
dias que não pedem palavras
e se entendem com emoção desarmada
dias que refletem desapego
em cantos que oferecem aconchego

Há dias que são oferendas
doações flutuantes de entrega
sem domínio do tempo
dias que sugerem abraços
e dispensam segredos
dias que se abrem qual melodia
e se despem como encontros

Há dias que se expandem sem medo
em tardes despidas de preço
dias que deslizam sem pretensão
e se permitem sopros de confiança
dias que nada exigem
e existem porque neles tudo cabe.



Imagem: Google

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DEUS É FIEL


sábado, 20 de agosto de 2011

De tudo o que se dispensa






















Desprezei
universos partidos
sangrando abandonos
em ensaios de inferno

Escolhi porções neutras
de tempo guardado
adubei sonhos
quase impossíveis

Desafiei decretos
colhi milagres
mudando
o plano dos céus

Ignorei agonias
injustiças noturnas
clareei segredos
em copos de leite

Sorri das seduções
enganosas
mentiras famosas
abri as cortinas

Luzes ao espetáculo.
 

Imagem em  faelzimxd

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DEUS É FIEL


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De razões que a razão esquece













Num atalho-emoção
coração desviou-se
de ensaiado roteiro
...costumeiro traçado
sinfonias da razão

Num impulso-sentir
coração lançou-se
aventura de entrega
da razão esquivou-se
na paixão sem razões

Num lamento de volta
coração partiu-se
na razão aparente
tramas de sedução
ilusão inconseqüente

Num lampejo de ser
coração entendeu-se
para além da razão
sem pacto arriscou-se
o coração que amou.



Imagem em raimundopajeu

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DEUS É FIEL

domingo, 14 de agosto de 2011

De nesgas de vento que nos salvam





















Há um tempo
em que nos avistamos
de longe
transparentes

Há um alento
quando parecemos
nesgas de vento
sopros da calma

Há um sentimento
que nos surpreende
toque de susto
passo em desaviso

Há um sacramento
que no seduz
ilusão do divino
segredo de luz

Há um julgamento
que nos arrebata
injustiça pungente
indigna

Há um fingimento
que nos assola
riso cínico
impune

Há um entendimento
que nos contempla
disponível
descoberta

Há um salvamento
que nos encontra
de pronto
no tempo do destino.


Imagem: Google

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DEUS É FIEL


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

9 HORAS




















Já são 9 horas
e às nove todos
os momentos são louros
há cantos em dobro
confianças no topo
ardem promessas
flores são púrpura vibrante
brilham matizes em euforia

Já passa das 9
e depois das nove
todos os afazeres acordam
sedução do tempo
trincam-se as pressas
presas da rotina
já cansadas antes
da urgência dos dias

Já vão longe as 9
e muito além das nove
todos os desesperos se anunciam
ansiedade explode
o urgente abarca o importante
dívidas cobradas
prazos esfolados
cantam indignações

Já são 9 da noite
todas as luzes se acendem
o dia dormita
flutuam pressões
certa calma aparente
se instala nos rostos
esperança insistente
roça um brilho de estrela.


Imagem em vocabulariodegraça

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DEUS É FIEL


domingo, 7 de agosto de 2011

RETORNO




















Peço o passe entrevidas
livre acerto entorno
aceito retorno lento
ao tempo
em que o fio do sentimento
se rompeu

Desatenta
sem alimento
perdida nas lendas
parcas perdas
entre fendas
choro desalentos

Apesar do tempo
tento
busco nas entranhas
laços desfeitos
falsas façanhas
momentos guardados

Preparo ungüentos
pétalas entrelágrimas
curas despertas
horizontes chamados
buscas libertas
pedidos de encontro

Faz-se urgente
capturar sentidos
espiar culpas
dispensar desculpas
destruir mitos
aceitar renúncias

Retornos prometem
calar a mente
salvar a emoção
banhar a alma
lavar a vida
num fio de ser.


Imagem: Google

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DEUS É FIEL

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Paixão mais do que Pão

















Procuro o Infinito num Poema
Preciso de Paixão mais do que Pão
Partilho um Pedido em Pensamento
Prometo o Prazer em Plenitude

Pondero de Tudo na Palavra
Peço a Paz num vôo de Pássaro
Pinto na Partitura um Princípio
Paro diante do Pedido de Perdão

Parto para a Luta como um Parto
Principio a Prática da Paciência
Persigo o Poder da Proximidade
Planto Pérolas de Possibilidades

Permito a Emoção num Pacto
Pulso na Preciosidade do Presente
Prossigo na Pureza da Prudência
Prospero na Prontidão da Perseverança

Pratico a Liberdade como Promessa.


Imagem: Google
 
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DEUS É FIEL 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

De ousadia num entretempo invisível














Seria vivo
desperdiçar manhãs
feitas de resquício de tempo
perdidas em sossego
remoer destinos em tardes
abandonadas em silêncio
sem a capacidade da urgência

Seria próprio
dispensar amores exigentes
cobranças impunes
olhos repetidos em bocas iguais
soltar-se de relações normais
espelhos fingidos
em mentes fugidias, arrependidas

Seria natural
ousar disparates
sobrevoar a vida em leis próprias
descongelar momentos
num entretempo invisível
transitar mundos
entre a alquimia e a intuição

Seria lícito
desacompanhar o brilho
de encontros perfumados em vazio
palavras brotando salivas fúteis
facilidades espelhadas em copos
seguranças dependentes do toque da moda
trocas de conhecimento imitando sabedoria

Seria leve
viver viveres
sem o afago da culpa
sem o olhar pedinte do medo
apenas roçar porções de luz
passagens no horizonte
levezas de Ser.


Imagem em baixandowallpapers

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DEUS É FIEL