sexta-feira, 1 de julho de 2011

Acenos de Nós















Sempre
que anoitece
o céu parece borbulhar
explosão de matizes
cultivados
em universos carmim

Quando o choro
do entardecer
rompe a noite
quero
a liberdade
de cavalos selvagens

Em lenços
ao vento
como acenos

Depois de sair
às ruas nas luzes
ver homens
com bebês ao colo
e sapatos coloridos
nas vitrines

Posso dividir
porções encantadas
do dia
sons transparentes
como tilintar
de taças

Mastigar
ausências
com a consistência
de cerejas maduras
encarar
caras vaidades

Entreter
rumores
idéias entorpecidas
abrigar encantos
nos cantos
das calçadas

E  já noite
singrar ruas
qual heroína
rompendo fogo
em manchetes
de incêndio

Debulhar danças
em cantigas
sob a Lua
num balanço
de quase-vida
em cena

Afagar brisa
noturna
trilhar passos
de comédia
como quem adormece
em tardes iguais

E desperta
manhãs
de outra vida

Em sonhos
espelhar sorrisos
de passagem
descobrir metades
perdidas
em busca de nós.


Imagem: Flikbr

Twitter: https://twitter.com/#!/SilviaMello23

DEUS É FIEL

2 comentários:

  1. Essa é a liberdade que queria ter. De poder sair me perder nos meus prazeres enlouquecidos e acampar em paz.

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  2. Espero que consiga, Luiza. Seja sempre bem-vinda ao blog. Bjs

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