domingo, 3 de julho de 2011

Ama-me... o infinito cabe num poema













Ama-me
na prisão
das palavras doces
nas mentiras
divertidas
de “não sei”

Sei que ama
como pecado
em alma de criança
e me quer
na intensidade
da lembrança

Sei que pulsa
entre
o desejo e o pensamento
a razão e a emoção
nesse pout-pourri
te quero-ir-ficar

Ama-me
mas canta acordes
de respeito
que amar é mais que jogo
amor vibra como espelho
em águas de bem-querer

Ama-me antes
que já passa das seis
encantos trincam
tal qual cristal
em taças de vinho
no eco dos sinos

Ama-me logo
que o tempo fecha brechas
apaga momentos
carrega alegrias
como areia nua
depois da ressaca

Ama-me agora
mais que ao longe
que “para sempre”
é rastro-raio que se apaga
com sopro do vento
e o infinito cabe num poema

Ama-me sempre
que paixão
se perde no oco
da palavra
“amor”
nunca pronunciada

Ama-me urgente
ainda que distante
no som partido
das horas proibidas
que essas
já se vão

 
Ama-me
sem promessa
mas com certeza
na seriedade
da alegria
pura

Ama-me
simplesmente
na dificuldade dos passos
na impossibilidade
dos momentos
na confirmação dos olhos

Ama-me
no frescor do dia
que crepúsculos
são destino
e a noite
não tarda

Ama-me
na captura
dos seus enganos
que planos ideais
perdem-se em saudade
de coisas que não foram

Ama-me
na dúvida do hoje
que amanhã
é certa a nostalgia
das horas não vividas
de ontem.



Imagem: Google

Twitter: https://twitter.com/#!/SilviaMello23

DEUS É FIEL



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