Há dores
que nascem
simplesmente
para pulsar
natureza doentia
ardor flamejante
ferida do viver
névoa que não se dissipa
Há dores
que permanecem
obstinadamente
lembrança insistente
gravada na pele
sem esperança de cura
sem auspício de melhora
sem toque de alívio
Há dores
que não cedem
facilmente
à súplica
à fuga
ao tempo
cavalos selvagens
para sempre indomados
Há dores
que ocupam
espaço obscuro
da alma
cicatriz ancestral
vibração do infinito
memória talhada
no profundo do ser
Há dores
que permanecem
docemente
incrustradas
diamante em anel
entalhe em escultura
rodas de carruagens bíblicas
cantigas de viola
No fundo da noite.
Imagem: daniellesousa
Twitter: https://twitter.com/#!/SilviaMello23
DEUS É FIEL
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