sábado, 13 de novembro de 2010

CONTRADIÇÃO

Procuro por algo palpável que esteticamente se transforme em verso,
Procuro por um verso perfeito que magicamente se transmute em realidade.
Se meu verso-emoção sempre espelha o impalpável, a sensação-palavra,
Que dizer da realidade que nem do verso imperfeito a sombra tem?

Procuro a sutileza da palavra que abarque a essência de um momento,
Procuro um sentimento-imagem-matéria para fiar o tecido da palavra.
Que dizer da necessária sincronia do momento-encontro com o fio perfeito,
Quando é preciso mais que simples vontade para tramar um verso?

Procuro a razão oculta do desejo incontrolável dessa busca entreletras,
Procuro o claro sentido de um trabalho-arte que se revele em meta.
Mas que dizer dessa busca-escrita que se impõe primeira em contradições,
Se no dia-a-dia seu compasso é lento e o que se contrapõe é o ganha-pão?


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